domingo, 21 de dezembro de 2008

5º Episódio


Veja desde o 1º episódio :D http://projetovermelhosangue.blogspot.com/2008/12/1-episdio.html

"vermelho sangue"

Quarto dia de aula. Acordo inexplicavelmente leve. Tudo parece estar se acertando. Ritual matinal. Dentes. Cabelo. Roupas. No caminho para a escola, a mendiga se aproxima. “Oi gordinho, a polícia rondou aqui. Eu te ajudei. Você vai me ajudar. Quero 150 agora, pela polícia que veio encher o meu saco”. Desembolsei o dinheiro. Poderia até abraçá-la, se não fosse o odor insuportável.

Escola. Encontro a Luna. Eu olho nos olhos castanhos dela, quase me afogo nesse mar marrom. O que eu sinto por ela é imensurável. Intenso. Inevitável. Ela consegue transparecer um sentimento tão sublime com sua face doce, que eu suspiro em emoção.

Intervalo. A tradição se mantém. Comemos juntos. Silêncio inicial. Nossos olhos se encontram e desencontram numa dança sincronizada e sincera. Ela suspira. Acaricio as cicatrizes dela. Ela pega na minha mão em cumplicidade. Eu solto uma piscadela carinhosa. Luna murmura. “Eu te amo Jabba”. “Pode me chamar de Amir. Também te amo Luna”.

Final de aula. 15h a Luna vem no apartamento assistir filme de terror. Depois de me despedir com um carinho na bochecha, me viro. Um punho acerta meu olho. É o loirinho maldito. A OGRA chora de rir. Meu amor fuzila ela com os olhos. Mando um olhar de “ignore”.

Vou para casa. Preparo tudo. Campainha. Abro a porta. Dou de cara com uma face conhecida. Era ela. Papai voltava só no outro dia. Estávamos a sós. O filme começa. Como sempre, o contato é regulado e meigo.

Tensão. Carinho constante. Lugares mais íntimos. Ela abre meu zíper. Eu o dela. Tudo tão rápido. Não tão duradouro quanto eu sonhei, mas duradouro o suficiente para o sentimento mais suave de minha vida.

Ela, ainda em transe, cochicha algo no meu ouvido. “Tenho uma surpresa para você, vamos para o Beco do Herói”. Lá, de longe percebo algo. O sangue brilha a luz do luar. O vermelho sangue reveza com o cabelo loiro do corpo inerte caído no chão. Eu olho para ela com receio. O sorriso dela, cor de sangue, apresenta-se assustadoramente sádico, assustadoramente lindo.



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