segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Acabou.

Espero que tenham gostado. Talvez tenha instigado o espírito crítico em vocês. Comentem =D. MTOOOOOOOO obrigado por lerem, a satisfação de ver alguém pedir pra ver mais um episódio é maior q a da Luna em matar alguém.

1º Episódio http://projetovermelhosangue.blogspot.com/2008/12/1-episdio.html
2º Episódio http://projetovermelhosangue.blogspot.com/2008/12/2.html
3º Episódio http://projetovermelhosangue.blogspot.com/2008/12/3-episdio.html
4º Episódio http://projetovermelhosangue.blogspot.com/2008/12/4-episdio.html
5º Episódio http://projetovermelhosangue.blogspot.com/2008/12/5-episdio.html
6º Episódio http://projetovermelhosangue.blogspot.com/2008/12/6-episdio.html
7º Episódio http://projetovermelhosangue.blogspot.com/2008/12/7-episdio.html
8º Episódio http://projetovermelhosangue.blogspot.com/2008/12/8-episdio.html
9º Episódio http://projetovermelhosangue.blogspot.com/2008/12/9-episdio.html
10º Episódio http://projetovermelhosangue.blogspot.com/2008/12/10-episdio.html

10º Episódio

Veja desde o primeiro episódio http://projetovermelhosangue.blogspot.com/2008/12/1-episdio.html

"clarão"


Acordo. Sinto algo em volta das minhas mãos. Estou preso. O odor e a falta de luz indicam que estou no esgoto. Minha cabeça lateja. Não consigo me mexer. Duas Lunas em pé. Ela está bem. Minha burrice não foi tão prejudicial. A leveza da conversa entre as irmãs me surpreende.

“Você não merece ele Luna. Você é doente, vai morrer logo. Vai fazê-lo sofrer”. “Ele me ama. Quando eu contar pra ele do diagnóstico, ele vai entender”. “Diagnóstico? Eu chamo de sentença de morte”.

Meu corpo resmunga. Tão cansado a ponto de cagar e andar para a última fala. Tudo gira. Não agüento mais tudo aquilo. Queria levantar e arrebentar a cabeça daquela escrota com uma pedra. Só queria paz, resultou em várias mortes e situações que fugiram do controle. Só preciso de uma coisa. Luna.

Meu celular toca. Deve ser meu pai. As duas Lunas olham para mim. Meu estômago congela. Eu resolvo juntar forças e murmurar. “Luna, o que está acontecendo? Por que você está falando com ela?”. “Ela está armada”. Podia ver o receio no rosto dela. Sua cópia demonstrou satisfação a me ver acordado.

Ela levanta a arma na altura da cabeça da outra gêmea. “Não”. Eu arremesso um rato na cara dela. A comicidade do momento não tira sua tensão. Foi tudo tão rápido. Sangue jorrando. Não podia distinguir muita coisa. Empurrões. Tapas. Uma cai no chão e esparrama água. A outra, com a perna sangrando, emprega a chave de fenda em bom uso. O sorriso sádico de sempre.

A blusa desarrumada revela cicatrizes. “Amir, ta bem?”. Eu sorrio. Tudo acabou. A portinhola não abre. Forço. Luna perde sangue. Suas doenças não a possibilitam isso. Desespero. Faço um curativo improvisado. Posso ver a vida fugindo do corpo de minha amada. A simplicidade do roçar de lábios transforma-se num sublime sonho. A tradição do zíper cresce em valor. A intensidade do momento e a saudade antecipada aumentam a volúpia.

Sua mão em minha bochecha. A minha em sua cicatriz. Até que seus olhos se fecham. Mantenho-me determinado. A chave de fenda já foi meu passaporte para a liberdade, será novamente. A fechadura, porém, é meu estômago. Dá tempo de escrever na parede. Tinta vermelho sangue.

“Pai, eu te amo, mas preciso salvar Luna e meu filho, por isso usei essa chave da fechadura duradoura. NÃO me acompanhe, vá lá fora brincar”. Clarão.




9º Episódio


Veja desde o primeiro episódio http://projetovermelhosangue.blogspot.com/2008/12/1-episdio.html

"cicatriz"

“Oi amor”. Respondi com cautela. Ela faz carinho na minha bochecha. O carinho é inconfundível. É ela. Luna pega na minha mão. Dança com meus olhos. Faz-me tocar a barriga que carrega o resultado de um amor que nunca acabaria, custassem quantas mortes fosse. Apesar de tudo, ela percebe receio na minha expressão. Mostra as cicatrizes pelas quais eu me apaixonei. É ela.

“O que aconteceu no dia que eu desmaiei?”. “Minha irmã viu você. Teve inveja, acreditava que eu era feliz demais pra irmã doente e moribunda da família”. “Quem é ela? Como ela entra em tudo isso?”. “Ela não mora comigo. Minhas doenças trouxeram melancolia à família. Ela morava num hospital psiquiátrico até o começo das aulas”.

Olho pro meu pai expressivamente. Ele entende. A sós de novo. A simplicidade do zíper se repete. O sentimento suave toma meu corpo novamente. Nada pode dar errado. Eu amo ela, isso que importa. Eu acaricio as marcas de uma doença, que se a levar, me leva junto. Nada pode dar errado.

Começamos a discutir as possibilidades. Poucas palavras. Muitos gestos. A tradição continua. “Luna, onde está sua irmã agora?”. “Não sei. Acho que ela enganou a mendiga. Talvez esteja lá.”

Meu celular vibra. MMS. Número desconhecido. Podia sentir o odor da foto. Irmã da Luna. Corpos do casal ogro. Mendiga morta. Esgoto. Deduzo rapidamente, Beco do Herói. “Amor, isso não pode passar de hoje à noite.”

21h. Já no apartamento. “Papai, vou dar um passeio com minha namorada”. Meu pai fica preocupado. Eu justifico que sinto saudades. Ele acaba cedendo. Chego à rua do Beco. Luna me espera na esquina. Nós avançamos juntos. Quanto mais me aproximo, mais libero adrenalina. Estou pronto pra revidar, me proteger e proteger a Luna. A cópia do meu amor não estava lá.

Abro a portinhola. Reconheço um choro baixinho. Inclino-me para ver. Um cachorro ensangüentado é a fonte do barulho. Ouço um baque atrás de mim. Meu corpo trava. Estremeço. A burrice de meus atos se destaca agora. Outro baque, agora na minha cabeça. A última coisa que vejo é a Luna. Qual Luna? Posso distinguir algumas palavras antes de desmaiar. “Eu te amo Jabba, as cicatrizes importam tanto assim?”.



8º Episódio


Veja desde o 1º episódio :D http://projetovermelhosangue.blogspot.com/2008/12/1-episdio.html

"sms"

“O que eu faço agora?”. Tiros. A mendiga foi atingida. A adrenalina do meu corpo me fazlevantar pra correr. Algo frio e conhecido acerta minha perna. A chave da liberdade tornou-se arma do inimigo. Quente. Escorre. Tudo vai escurecendo. Escuridão.

Sábado, ou acredito que seja. Acordo num lugar diferente. Não vinha aqui desde o assalto. Falta um pouco de cabelo na minha cabeça. Minha perna ainda lateja um pouco. Olho em volta. Soro. TV. Sofá. Uma porta, pela qual papai acaba de entrar. Ele está com uma cara de cansado, mais ainda que o usual.

“Filho, achei que ia te perder. Eu não tenho sido justo com você, só queria ter você saudável. Você é a única coisa que eu tenho agora”. “Onde eu estou? O que aconteceu papai?”. “Estamos no hospital. Alguém acertou sua perna com uma chave de fenda. Você desmaiou de nervoso e bateu a cabeça numa pedra. Você está aqui há 3 semanas.”

Pego meu celular na cabeceira. As mensagens chegam. O terror toma minha mente. “Pai, que hora eu desmaiei?”. “Umas 17h, por quê?”. Olho de volta no celular. “De: Luna. Horário: 17h35. Data: 2/2. Estou na delegacia, por que você não apareceu?”. Mensagens dessa se repetiam. Ela me chamava pra sair, não sabia que eu estava aqui.

“De: Luna. Horário: 21h. Data: 22/2. Amir, minha irmã quer me matar.” 3 semanas. Meus cálculos dizem que essa mensagem é de ontem. “De: Luna. Horário: 14h30. Data: 23/2. Amir, ela ameaçou nosso filho”. Olho no relógio. 15h54. Meus dedos são rápidos. Toca. Toca. Toca.

Desespero. Vou ser pai. Uma Luna entra pela porta. Pode tanto ser a que carrega o fruto do meu amor sincero, como a que ameaçou a razão da minha vida. O que uma sabe que a outra não sabe?

“Amir”. Ela me abraça, acaricia minha mão. Será a menina que eu amo?

domingo, 21 de dezembro de 2008

7º episódio


Veja desde o 1º episódio :D http://projetovermelhosangue.blogspot.com/2008/12/1-episdio.html

"dualidade"


“Não estou envolvido não”. “Os professores dizem que você não se dava muito bem com a Lorena, nem com o outro menino desaparecido”. “Claro, eles me humilham diariamente, descartando meus direitos como pessoa, a polícia devia fazer algo a respeito disso, meu pai paga impostos, mas nem protegido eu sou. Mais uma coisa, eu tiro notas boas e sigo as normas de nossa legislação em seus níveis municipal, estadual e federal, como você pode acreditar mais numa sem teto alcoólatra do que em mim? COM LICENÇA”.

Saio voando pela porta. Torcendo para que tenha dado certo o golpe de rebelde. As pessoas cedem a pessoas melancólicas em situações humilhantes como eu. Nós passamos despercebidos. Anônimos.

Apartamento da Luna. Campainha. Ela atende com seu sorriso lindo e usual. Eu explico para ela o que aconteceu. Nós chegamos cada vez mais perto um do outro. Afeto mais freqüente que o regular. Um beijo. Prontamente desconfio de algo. “Você está bem Luna?”. “Sim, só estou entediada. Vamos no shopping”. Eu aceno positivamente com a cabeça.

Perto da entrada, ela me puxa pro lado contrário. “Vamos pra um lugar reservado”. Fico mais e mais atento. Meu celular vibra. “ De: Luna. Venha pro Beco do Herói, rápido, a mendiga traiu a gente eu acho” Meu corpo trava. Eu olho pra frente. “Luna”, ou seja quem for, segura a chave de fenda que trouxe liberdade à minha alma.

Correr. Minhas pernas nunca viram tanto exercício. Deixei a falsa Luna para trás. Precisava de uma coisa apenas. Chegar ao Beco do Herói. De longe podia ver o vulto magro da Luna brigando com a mendiga. Quando fui apartar, algo inesperado acontece. Sirenes de polícia. “PARADAS! MÃOS NA CABEÇA”.

Duas Lunas, uma tentando me matar, outra tentando matar a mendiga. Eu no meio, a polícia do lado. O que eu faço?